Desafio da Última Linha

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Desafio dos Neologismos - Encerrado
Desafio dos Títulos -Encerrado


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

[Desafio] Cancelado devido a chuva

Eis que, então, o dia era chegado. A plateia encontrava-se afoita e apreensiva. Não era todo dia que, por aquelas bandas da bela cidade praiana, erguia-se tão primoroso castelo. E lá estava ele, imponente, como que a olhar para todos, que, de tão encantados com a obra, chegavam a ter borboletas no estômago, um frio na barriga dos de felicidade contida, pronta pra escapar num sorriso, numa risada, num enleio qualquer, especialmente naquele que construira aquilo tudo. Havia no mundo coisa mais bela que esse tal castelo, perguntavam-se os espectadores, prontos para o momento do corte da fita, o momento da inauguração, que abalaria a cidadela e traria um belo motivo para sorrir àqueles que ali admiravam a obra.

E a plateia era somente o Tempo e o construtor, que muito pouco se importava se as pessoas não reparassem em seu magnífico prédio, mas achava estranho que ninguém visse algo de tal magnitude, mesmo que não fosse o maior dos castelos. Era, achava, apenas questão de tempo para alguém notá-lo (dados o empenho e a velocidade com que tinha construído) e correr o burburinho cidadela afora. Porém, no local da inauguração, não havia ninguém que não ele, talvez por medo do tempo, que já não sorria como no momento da construção do castelo.

E o castelo era feito de areia, com formato de balde virado, uma bandeirola improvisada e com não mais que vinte e cinco centímetros, tendo lugar na praia. Pobre, mas bonito. Repare na forma com que a areia fica coesa e em harmonia com o adorno! Há no mundo coisa mais romântica ou barroca ou pré-moderna?

Alheio ao engenho e à arte do rapaz, o Tempo fechou-lhe a cara e resolveu parar de esperar a inauguração e cancelá-la, descendo chuva torrencial de verão e desconstruindo aquilo que o rapaz fizera. Eis que, então, o corte das fitas era cancelado.

É inveja. Inveja!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Tem o peso de uma lembrança

Odeio Clarice.

Na verdade não, sabe, é tudo muito novo.

É que Clarice sempre tem um quê de tristeza, um quê de abandono - e aquelas epifanias não fazem bem a ninguém. Aí eu começo a ler e ter as minhas, e eu vejo claramente que entre nós jamais daria certo, porque foi tudo perfeito demais desde o início. E perfeição, meu bem, não leva a nada. Aí eu paro e vou pra livros com protagonistas podres e coloco nossos nomes no lugar.
Mas ai eu lembro de todas as suas qualidades que depois viraram defeitos e me dá um angustia daquelas ruins. Então eu tenho é que voltar pros meus livros femininos, que me dão uma angustia diferente que sempre me acalma de uma maneira estranha.
Mas eu não acho a calma, só você.


E então odeio Clarice ainda mais.



edit: versão 1.0, esperando ser editado

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Bobeirinha trivial III - Ao Pedro

Busco as rimas, nunca arredo.
Mesmo difíceis, eu cismo
Porque, eis o meu segredo,
Adoro um bom preciosismo!

(Você, por mim :P)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Parte 2

Eu tenho inveja de você
E de suas putas novas,
Novas putas, de azeite de dendê!
Você não lê mais as minhas trovas,
Eu te odeio,
E no meio disso tudo,
Sem rodeio,
No meio desse velho caralho cabeludo,
Eu cuspo no teu nome,
Eu canto. Aqui, tome
A tua velha carta
De compromisso... Estou farta!
Venho aqui me despedir,
Está na minha hora de ir,
Cuida das tuas crias,
Que não estarei nas cercanias.
Ensina-lhes o que precisarem,
Que eu decidi que sou egoísta,
Não se importe com o que custarem,
Eu vendi aquele colar de ametista,
Que você me deu de aniversário
(Você era extraordinário!)
Agora eu me vou, nada pasma...
(Lembra-te: o mais novo tem asma).