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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ruído

Estranha-se a compreensão, hoje; noutros tempos, já foi a compreensão dada por garantida - hoje, é a incompreensão pressuposta; via de regra, não nos entendemos. A palavra, é ela ineficaz, afinal, ou somos nós? Ou dá na mesma? Em que medida podemos medir a incompreensão? Sei que as emoções são ininteligíveis, por experiência não-empírica; mas até que ponto sentimos a ineficácia da expressão das emoções mais facilmente? Talvez nos sintamos tão próximos a elas que elas se transformam em sua expressão, um erro de representação que só pode gerar insatisfação; outros assuntos são menos próximos ao nosso interior, e por isso sua incompreensão é dada como ruído, e não ineficácia.

Mas o ruído existe, ou é apenas algo que inventamos para justificar uma ineficácia tão constante e regular que nos emudeceria se não a ignorássemos ou trocássemos o nome? Existe medida para a ineficácia da expressão? Existiria um limite entre a ineficácia aceitável e a inaceitável? Ele está nas pessoas, que falam e ouvem e esperam enunciados? Está no meio - a linguagem em si, seria ela imprecisa por natureza? Está na mensagem?, ou seja, seria a imprecisão da linguagem não um atributo inerente a ela, mas fruto de nossa incompetência ao empregá-la? Ou onde? Onde está o limite? É culpa dos gnomos?

Essa é a minha busca na literatura; os escritores estou a procurar esse limite entre o ininteligível e o inteligível... mas é um espaço inesgotável. Preciso da medida, de números, de fórmulas. Alguém as tem? ... Alguém as busca, ao menos?

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