Desafio da Última Linha

Acompanhe aqui as sugestões de cada um:

Desafio dos Neologismos - Encerrado
Desafio dos Títulos -Encerrado


terça-feira, 29 de abril de 2008

Veneza dos Trópicos

Enquanto o mundo, as empresas, digo, aguardam o inevitável, triste, apocalíptico colapso de tudo, nós, cariocas, temos lá uma coisa com a qual nos alegrarmos. Antes que vo-la conte, todavia, urge que pensais na elevação do nível do mar não como último, óbvio e ululante, presságio do desfecho de nossa ex-istência, mas como nobilificante bem que transformará nosso Rio de Janeiro, cidade fora-de-série, na mais chique de todas as metrópoles decadentes! Mais elegante que Paris, Milão, Praga, Londres, Antuérpia, todas essas. Mais que Veneza.

Seremos a Veneza dos Trópicos. Bossa Nova nos canais.

Que alegria. É carnaval.

domingo, 27 de abril de 2008

Nada de título

, e aí o menino se virou e virou um vira-vira: lata, lobo e os home! Mas, o quê? que que que que aconteceu aqui qui qui qui? Qui-quiri-quiri,-quiquiii, disse o pato da lagoa cor de água-sanitária.

- A vida na cidade é tão bonita, né, não, primo?

- Eu lá sou seu primo, sinxerga, marreco pereco teco.

- Sou quem digo que sou! (e o pato se pôs a proclamar clamar bradar antífonas bonitinhas,)

Sou malfeito-picapá!
Sou Hitler!
Não sou riponga!
Sou a araponga!
Sou a dança do tangará!

Sou Faustão!
Sou ladrão!
Você que mamará
das tetas da Margarete Tátcher
Diga pra mim que não!

Não há como sermos todos lodo
Por isso que uns tão läncima,
outros tão lämbaxo.
Então largue essa metrelha vermalha
E venha fazer direito,
ô leninista sem-cheiro!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Desabafo

Porque o assassinato deliberado da língua inglesa e todas as outras? Nacionalismo lingüístico é banal, patético e ignorante... Enche-me o saco ouvir dizerem que "tem que falar errado mermo". Pelamordedeus, que é isso? Que merda... Odeio as pessoas que têm orgulho da própria ignorância... Não digo que sou o mestre Yoda e ser-lhes-ia útil uma pequena gnose Pedrística, mas que pelo menos parem de bancar os heróis e fossem vistos como os trogloditas, bárbaros, visigodos que são de verdade!

Desabafei, taí.

domingo, 13 de abril de 2008

E o ser ia...

Seria masoquista de mim forçar meus olhos a encarar minha cegueira? Seria tolo de mim ignorar as inverdades e estabelecer nas físicas quânticas as certezas mentirosas dos homens fracos? Seria eu um menino? Seria, talvez, um idiota? Seria inconstante de mim exigir dos outros assistir ao History Channel uma vez na vida? Seria preguiça dar ao meu fígado um Home Theater? Seria imprudente retornar à pátria de onde nunca parti? Seria duvidoso? Seria, será?

Nada de título, título é coisa de comunista

Para começo de conversa, este que por meio desta missiva tecnolojóide vos escreve é Pedro, Pedro Sobrenome, que só recentemente conseguiu, depois de muito pelejar contra os infortunos obstáculos da modernidade, acessar este pseudo-jornal. Cortando as egolatrias inerentes à raça humana, num daqueles momentos em que tentamos explicar aos outros quem somos, exatamente, e temos como certo que lhes seremos precisos nos conceitos, pulo diretamente à parte em que vos escrevo, numa espécie de anti-parnasse tolamente vinculada aos vintismos idolatrados pela literatice lecionada nas escolas.

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1. a dual idade d a vida

E o menino caiu da cama e a mãe dele gritou assim:

- Acorda, menino, que senão ‘cê chega atrasado na escola.

- Já vou, mãe, bocejou o guri, empapado de suor e sonhos.

Mas ele mentiu, o danado, e não foi a lugar algum! Ficou lá estatelado no chão do quarto olhando o teto e o céu e o feto era o réu.

- Vem senão eu te bato! Rosnou a velha de chinelo na mão.

- Sim, senhora, o safado zombou, arriscando a brancura da integridade da pele. Levantou de uma piscada só, olhando o medo na sombra, e resolveu que ia tentar sair dali.

Ele ficou pelado e depois tirou a roupa. Uniformizou o corpo pálido de lua e televisão e saiu do quarto escovando os dentes.

- Vem tomar café logo, a mãe reclamou. “Mas que coisa” pensou ele. Comeu escada abaixo e desceu as torradas e o leite e se foi. Andou um dois três quatro cinco seis sete minutos e chegou ao ponto de ônibus, onde esperou um dois três seis minutos até chegar o trem pro inferno.

Passou o cartãozinho no troço amarelo e sentou. Esperou esperou chegou desceu.

Ele entrou na escola e ouviu o trim-trim alto. Foi pra sua sala e disse ‘mau dia’ a todos, a frô. O professor chegou e pediu prele acordar e ele num acordou não, então ele falou mais alto, e aí sim o guri abriu os olhos pra dormir de vez.

A menina do lado dele disse prele pegar a apostila e ele resguntou:

- Comassim? Capostila?

- Essaqui, ela tirou da pasta um papel cheio de grafemas morfemas vocábulos sintagmas orações períodos parágrafos textos. Ficou animado, era português.

Eba! Português, Bilac! O lavo idioma! Aí o professor falou, ele acordou, e tudo ficou bacana. Viu que no final tudo dá certo?