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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A blusa branca

Tirei a blusa do armário.
Eu tinha de experimentá-la para ver se ainda me servia, afinal se passaram dois meses sem que eu sequer tocasse ou quisesse tocá-la. Mas aquela blusa me apertava. Ainda me servia - ótimo!, mas me apertava com a força que só eu conseguia enxergar: naquele pedaço de pano estava a minha história.
Vestido, eu andava com uma certa altivez que me convinha e que, suponho, convinha a todos que a utilizassem. Mas poucos se davam conta do que significava aquela blusa branca. Bem ou mal, com ou sem memórias, ela ainda me apertava e sufocava e eu, um pouco extasiado de usá-la mais uma vez, me admirava frente ao espelho - que nunca mentira para mim.
Vesti-la era minha dor diária, minha labuta, meu suor, meu cansaço. Ela me representava tudo o que eu tinha de fazer incansavelmente. Apenas representava, eu diria, porque de fato ela me cansava (e cansa) e me pesava (e pesa) sem me deixar descansar.
Diante disso, desisti temporariamente do meu torpor cíclico - ele voltará, ele voltará.
Tirei a blusa do colégio.

4 comentários:

Victor disse...

Exagerado e um pouco dramático...

Luiz disse...

A minha camisa é um pedaço de pano de chão. Odeio a escola e todos os babacas dela. Claro, com suas meras e raras exceções.

isisstella disse...

Nussa!
Concordo um pouco com o Luiz.
Mas ah, ela também serve pra ir à praia de graça, não? =)
Enfim, uma rotina necessária. Recomeço necessário.
[Menos de duas semanas...]
Beijos, querido!
Gosto do que escreves! =)

Pedro Marinho disse...

a minha era cinza!
mt chique!