Desafio da Última Linha

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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

[Desafio] O fim de uma era

No tempo que a grama crescia, verde, ostentosa, grama, centímetro a centímetro, viu o mundo. Coisas aconteceram, pois não antes, com as mudanças se muito encantava ela, assim, verde, grama, discreta, silenciosa. Lá quando a família da piscina veio estava, pés de criança; da borracha, o cheiro, o látex. D'escola foi que não ouviu a festa que o adolescente fez, mas isso sim, banho de cerveja levou.

Tomou graça das loucas do casal do cachorro; tomou ojeriza do cocô fedido, fedido. Tão enfim não mais, era grama, verde, loura, coisa, grama. Que ainda não tudo, coisas maiores viu! Viu mudanças, viu mudanças. O novo presidente, há lá levado consigo. Revolucionou ele, fez ainda mexida, sutil tanto quanto!

Sussussuou e fralaralou dos ventos, aquilo, que ventos! Levou mais banho foi, na água. Presenciou e sofreu com a limpeza; uma lufa-lufa baratébria; bradaria. Só que é paciente. Ter final é grama, verde, grama, velha. Esqueceu a outra parte, nina, e agora só lhe restou correr o resto do tempo em trepa.

Mas um dia acabou a piscina e os pés e o látex e a cerveja e o casal e o cocô e o presidente e os ventos e a grama, a que o homem veio aparar e levantou percevejo. Acabou a grama, verde, garapa, dilacerada, grama, morta.

O fim de uma era. O fim da era da grama. Aliás, outras gramas, mais verdes, estão por vir. Mais verdes, mais grama, mais centímetros. Se lhes baste que a espera!



Proposta:
(veja elucidação no post seguinte -- a proposta deste texto será a mesma que a do próximo)

3 comentários:

Victor disse...

Tá bem macunaímico, hein. =p

Pedro disse...

A linguagem de Mario de Andrade é bem diferente da minha, na verdade. Só acho que volta e meia alguém tem que tentar reinventar a escrita.

Thiago disse...

Acho que foi a coisa mais diferente que lá vinda de um blogueiro.
Muito bom! Adorei.
Abraços.