Desafio da Última Linha

Acompanhe aqui as sugestões de cada um:

Desafio dos Neologismos - Encerrado
Desafio dos Títulos -Encerrado


domingo, 2 de novembro de 2008

[Desafio] O motorista e a omelete

Mesmo que não fosse dos grandes chefs de cozinha franceses, ele arriscou fazer sua primeira refeição por conta própria, afinal ou assim era ou morreria de fome.
Era seu primeiro dia sozinho em casa e até então tudo havia corrido bem, o que era bem lógico, pois acordara havia uns trinta e sete minutos. Como não morresse, tudo havia corrido bem. Ótimo.
O recado na geladeira era tentador: "Querido filho, mamãe foi ao médico e volta tarde. Tem arroz na geladeira. Asse uns nuggets para você. Te amo!", mas ele buscava mais.
O arroz, tudo bem, estava pronto. Mas como acompanhamento...
Recusava-se a preparar aqueles frios empanados no forno elétrico, apesar de já ter feito isso uma boa dezena de vezes.
Hoje era um dia especial. O dia da sua libertação, quando das suas mãos sairia o alimento necessário à sua vida. Épico!
Metódico como um cientista, o menino de 13 anos colocou sobre a bancada tudo o que precisava para sua aventura culinária: ovos, presunto, colher de pau, queijo, prato, manteiga, sal, frigideira e coragem.
Acender o fogão era simples: já havia visto a mãe fazê-lo várias vezes.
Findo o desafio de controlar o fogo (já se sentia tão superior aos homens das cavernas, o menino!), copiou com cuidado a memória dos gestos da mãe.
Nada havia de complicado. Precisou apenas pôr a manteiga na frigideira, colocar a frigideira no fogo, bater os ovos no prato (ai, que dor!), derramar com leveza os ovos batidos na frigideira, despejar um pouco de sal sobre os ovos batidos, esperar o ponto, virar a omelete e voilà! Estava pronto seu divino acompanhamento.
O resultado, para o pequeno, fora tão delicioso que, apesar da pouca experiência em cozinha, já não se considerava um reles "piloto de fogão".
Era um motorista!


Proposta:

O fim de uma era

3 comentários:

Cássia disse...

um motorista!!

ah, os momentos de revolução interna! ^^

Thiago disse...

o imprevisível previsível me fascinou muito. um ótimo jogo de palavras. te adoro.

Pedro disse...

É prescindível dizer que adoro. Di-lo-ei mesmo assim: "adoro".