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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

No elevador

De início houve o estranhamento, que não foi mútuo por razões óbvias.
Edward Meener encontrava-se num elevador fechado, levemente escurecido pela falta de uma lâmpada e ao lado de um morto.
Havia um morto ao lado de Edward, em cima de uma maca, sem razões lógicas e plausíveis.
A situação era absurda como um sonho, pois ninguém deixaria um morto numa maca subindo e descendo os elevadores do único prédio residencial da Tina Ulson St.
Mas era real.

Depois, houve a dúvida.
Há quanto tempo estaria ali. Quem era.
Nunca vira o indivíduo no prédio - não que fosse dos vizinhos mais sociáveis.
Porque ali. Porque não tomei as escadas.
A resposta desta, entretanto, era simples: eram quarenta e cinco andares. Ir de escada era simplesmente exaustivo demais.
Pois então, que aceitasse o castigo divino à sua preguiça: andar no elevador ao lado do morto.
Estaria mesmo morto.

Então, houve o medo.
O medo não precisa de explicação, porque todo o mundo teme a morte.

E houve a espera.
Quarenta e cinco andares que não passavam nem sob toda a reza que Edward Meener fazia. É claro que era da boca para fora, por que ele nunca acreditara nessas coisas de deuses.

E houve a esperança.
Quando o elevador se aproximava do andar, ouviu-se um baque surdo e ele parou.
Que piada: entre dois andares, dentre eles aquele no qual Edward sairia do elevador rumo à sua liberdade.

Então houve o terror, que vem do medo, que não precisa de explicação, porque todo o mundo teme a morte.

E mais espera houve, mas dessa vez ela não vinha acompanhada de reza. Era acompanhada de um Edward encolhido no canto do elevador, de modo que não mais conseguia ver o morto em cima de sua maca.
O morto causava um pânico tremendo nele, mesmo que não movesse um músculo.

E houve a esperança, mais uma vez.
O elevador voltou a funcionar, ao mesmo tempo em que se ouviu uma voz amigável e feminina dizendo que houve uma rápida queda de energia e que tudo estava sob controle.

Enfim, houve o alívio, porque Edward saiu do elevador (incrivelmente suado) e tomou o rumo que tomaria normalmente, ainda um pouco abalado e sem nenhum arranhão, até porque não havia a possibilidade.
Porque o morto continuava sem mover um músculo.

1 comentários:

Anônimo disse...

é diferente vem com a gente quero ver geral pirado, nessa dança mt loca eu não quero ninguém parado e jogue seus braços pra tras, balança o seu pescoço, no swingue da batida com um morto mt loco... param pam pam param pam pam pam ...

ass.: um anônimo um tanto óbvio